sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Período Composto

Contém mais de uma oração, o que equivale a dizer que no período composto há sempre dois ou mais verbos. Como a uma oração corresponde uma forma verbal, no período composto haverá tantas orações quantos forem os verbos. Por exemplo: A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras. Neste período há quatro verbos; logo, há quatro orações.

TIPOS DE PERÍODO COMPOSTO

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
= orações coordenadas.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
= orações subordinadas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO
= orações coordenadas e orações subordinadas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO


É constituído de orações que não representam membros de outras orações sendo, portanto, independentes, coordenadas.

As orações coordenadas podem ser:

Assindéticas = vêm justapostas, não iniciadas por conjunção coordenativa. Por exemplo: O dia é belo, esplende ao sol a baía, os aviões rumorejam, passam mulheres perfumadas.

Sindéticas = são introduzidas por uma conjunção coordenativa qualquer, da qual tomam o nome. Assim, há cinco espécies de orações coordenadas sindéticas:

Sindéticas Aditivas = iniciadas por conjunção coordenativa aditiva. Por exemplo: Eu leio os originais e você corrige os erros. Não falava nem se mexia.

Sindéticas Adversativas = iniciadas por conjunção coordenativa adversativa. Por exemplo: É pobre mas é honesto. Estudou muito, porém foi reprovado.

Sindéticas Alternativas
= iniciadas por conjunção coordenativa alternativa. Por exemplo: Ou trabalha, ou estuda. No Rio, ora chove, ora faz calor.

Sindéticas Explicativas
= iniciadas por conjunção coordenativa explicativa. Por exemplo: Não chores, porque é pior. Faça silêncio, pois aqui é uma sala de aula.

Sindéticas Conclusivas = iniciadas por conjunção coordenativa conclusiva. Por exemplo: Penso, logo existo. Menti ao papai, por isso apanhei.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Neste período figuram orações de duas naturezas, ou seja, orações principais e orações subordinadas.

Oração Principal é aquela que apresenta um de seus membros representado em outra oração do período, chamada, portanto, de subordinada. A oração principal é na verdade um fragmento de frase, já que seus termos constitutivos não estão desenvolvidos nela mesma. Por isso, a oração subordinada vem completar o sentido da principal.

Há três tipos de orações subordinadas:


Substantivas =
na maioria das vezes, as orações subordinadas substantivas são introduzidas por conjunção subordinada integrante, sendo as principais a partícula QUE e a SE. Tais orações são assim denominadas porque exercem função sintática própria de substantivo.

Adjetivas = são introduzidas por pronomes relativos, sendo o mais comum o relativo QUE quando substituível por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS, sem alterar o sentido do período. Tais orações exercem a função de adjuntos adnominais. Como a função de adjunto adnominal é própria de adjetivo, a oração do mesmo valor chama-se adjetiva.

Adverbiais = estas exercem a função de adjuntos adverbiais. Excetuando-se as conjunções subordinativas integrantes QUE e SE, as demais conjunções subordinativas introduzem as orações subordinadas adverbiais no período, as quais se classificam de acordo com a classificação da própria conjunção subordinativa.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


SUBJETIVAS = funcionam como sujeito da oração principal. Neste caso, a oração principal não terá sujeito claro nem subentendido no verbo. O verbo da oração principal só admitirá a terceira pessoa do singular. Este verbo será de ligação, acompanhado de predicativo, ou intransitivo. Por exemplo: É necessário que estudem. Sabe-se que tudo vai bem.

OBJETIVAS DIRETAS
= funcionam como objeto direto do verbo da oração principal. O verbo da oração principal é sempre transitivo direto ou bitransitivo. Por exemplo: Desejo que faça boa viagem. Não sei se estão satisfeitos comigo.

OBJETIVAS INDIRETAS = funcionam com objeto indireto do verbo da oração principal, o qual será sempre transitivo indireto ou bitransitivo. Logo, tais orações vêm regidas de preposição. Por exemplo: Necessito de que me ajudem. O padre exortava o povo a que se mantivesse fiel à religião.

COMPLETIVAS NOMINAIS = completam o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da oração principal. Também vêm regidas de preposição. Por exemplo: Tenho certeza de que encontraram o tesouro. Estou ansioso por que chegue minha amante.

PREDICATIVAS = funcionam como predicativo do sujeito da oração principal. Normalmente uma oração substantiva será predicativa quando apresenta a conjunção QUE imediatamente após o verbo de ligação SER. Por exemplo: Meu desejo é que seja compreensível. A verdade era que a família não lhe queria.

APOSITIVAS = funcionam como aposto da oração principal. Vêm após os dois pontos, introduzidas ou não pela conjunção QUE. Por exemplo: Só quero isto: que não venha com mentiras. Só quero uma coisa: estude sempre.

AGENTES DA PASSIVA = funcionam com agente da passiva do verbo da oração principal, que estará flexionado na voz passiva analítica, obrigatoriamente. Por exemplo: Este cargo é exercido por quem demonstra competência. O apartamento foi vendido por quem o anunciou.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


EXPLICATIVAS = vêm entre vírgulas e a noção de predicado que elas possuem é própria do termo a que se referem. Por exemplo: O mel, que é doce, não diminui as agruras da vida. O homem, que é mortal, deve bem aproveitar o seu tempo.

RESTRITIVAS = não vêm entre vírgulas e a noção do predicado que elas possuem restringe o termo a que se referem. Por exemplo: O livro que comprei é muito bom. A pessoa que encontrei estava uniformizada.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

CAUSAIS = justificam o fato expresso na oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa causal. Por exemplo: Não paguei à empregada, porque não tinha dinheiro. Como faltasse energia elétrica, a aula foi suspensa.

CONCESSIVAS = indicam empecilho que não impede a realização do fato expresso na oração principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa concessiva. Por exemplo: Embora fosse pobre, comprou uma bela residência. Ainda que chegue atrasado, conseguirei ingresso.

CONDICIONAIS = estabelecem dependência para que se realize o processo do verbo da oração principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa condicional. Por exemplo: Se ganhar na loteria, viajarei para a Europa. Caso o veja, avise-me.

CONFORMATIVAS = dão idéia de conformidade, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa conformativa. Por exemplo: Fiz a lição conforme o professor pediu. Dei o recado como estava escrito.

COMPARATIVAS
= estabelecem um confronto com um termo da oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa comparativa. Por exemplo: Teus lábios são doces como o mel. A praça é do povo como o céu é do condor. Nota = muitas vezes, o verbo ficará subentendido, sendo o mesmo verbo que aparece na oração principal. A isto dá-se o nome de elipse.

CONSECUTIVAS = exprimem conseqüência do processo do verbo da oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa consecutiva. Por exemplo: Gritou tanto que ficou rouco. Teve uma emoção tão forte que desmaiou.

FINAIS = indicam idéia de finalidade relacionada com o que se diz na oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa final. Por exemplo: Fiz sinal ao ônibus que parasse. Economize muito para que possa ter alguma coisa na vida.

PROPORCIONAIS = dão idéia de proporcionalidade, de paralelismo quanto ao desenvolvimento do processo verbal tanto da subordinada quanto da principal. São introduzidas por uma conjunção subordinativa proporcional. Por exemplo: À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que estudamos, mais descobrimos a nossa ignorância.

TEMPORAIS = exprimem o tempo em que se desenrola o processo do verbo da oração principal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa temporal. Por exemplo: Quando cheguei, mamãe dormia. Enquanto você lê o livro, eu escrevo as cartas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO

É um período misto, e nele há três tipos de orações:

coordenada principal subordinada

Por exemplo: Quando cheguei, apaguei as luzes e me deitei no sofá.

Analisando esta oração = Quando cheguei(oração subordinada adverbial temporal); apaguei as luzes(oração principal); e me deitei no sofá(oração coordenada sindética aditiva).

Observações = Pode haver várias orações principais, várias subordinadas e coordenadas num período. Orações coordenadas e subordinadas são ao mesmo tempo principais, havendo outras que representam membros das referidas orações.

ORAÇÕES REDUZIDAS


Têm o verbo no infinitivo, gerúndio ou particípio. Geralmente podem ser desenvolvidas em orações subordinadas introduzidas por conjunções subordinativas ou por pronomes relativos, e às vezes em orações coordenadas iniciadas por conjunções coordenadas. As orações reduzidas que não se desdobram chamam-se fixas. Por exemplo: Eu tenho vontade de falar com você.

O desdobramento da oração reduzida em oração desenvolvida é feito da seguinte maneira: o verbo passa da forma nominal à forma não-nominal e o conectivo(conjunção ou pronome relativo) é indicado no início da oração. Por exemplo: Reduzida = Amanhecendo, sairemos.

Desenvolvida = Quando amanhecer, sairemos.

Há três espécies de orações reduzidas:

De Infinitivo:

Substantivas subjetivas = Não convém agir assim(= Não convém que ajas assim). É importante teres paciência(= É importante que tenhas paciência).

Substantivas objetivas diretas = Ignoro tê-lo como amigo. Dizem estarem com razão(= Dizem que estão com razão).

Substantivas objetivas indiretas = Aconselho-te a estudar(= Aconselho-te a que estudes). Ele gosta de ouvir música popular.

Substantivas predicativas = O importante é ter calma(= O importante é que tenha calma). Sua vontade era viajar para o Ceará.

Substantivas completivas nominais = Estou disposto a praticar esporte. Elias tem necessidade de falar com Roberta.

Substantivas apositivas = Só me falta isto: concluir o curso superior.

Adverbiais temporais = Ao despedir-se, não conteve as lágrimas(= Quando se despediu, não conteve as lágrimas).

Adverbiais finais = Canto para te alegrar.

Adverbiais concessivas = Apesar de ser velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa(= Embora fosse velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa).

Adverbiais condicionais = Nada farás sem me consultares previamente(= Nada farás se não me consultares previamente).

Adverbiais causais = Por se achar doente, não viajou(= Porque estivesse doente, não viajou).

Adverbiais consecutivas = Falou a ponto de deixar o público boquiaberto.

Adjetivas = Encontrei um poeta a namorar o crepúsculo(= Encontrei um poeta que namorava o crepúsculo).

De Gerúndio:


Subordinadas adjetivas = Vi um menino engraxando sapatos num bar da avenida(= Vi um menino que engraxava sapatos num bar da avenida).

Adverbiais temporais = Anoitecendo, partiremos(= Quando anoitecer, partiremos).

Adverbiais concessivas = Mesmo amando Carlos, será uma mulher infeliz(= Embora ame Carlos, será uma mulher infeliz).

Adverbiais condicionais = Estudando, vencerá todas as dificuldades(= Se estudar, vencerá todas as dificuldades).

Adverbiais causais = Estando gripado, não fui à escola(= Como estivesse gripado, não fui à escola).

Adverbiais modais = Aprendeu lendo os escritores clássicos. Nota = as adverbiais modais geralmente são fixas.

Coordenadas sindéticas aditivas = O automóvel caiu no abismo incendiando-se(= O automóvel caiu no abismo e incendiou-se).

De Particípio:

Subordinadas adjetivas = A casa visitada por mim era bonita(= A casa que foi visitada por mim era bonita).

Adverbiais temporais = Terminada a prova, os alunos foram dispensados(= Depois que terminaram a prova, os alunos foram dispensados).

Adverbiais concessivas = Humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade(= Embora fosse humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade).

Adverbiais condicionais = Aceito meu pedido, terá uma recompensa(= Se aceitar meu pedido, terá uma recompensa).

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